quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O lugar da cultura tradicional na sociedade moderna

1. Introdução
Carvalho explica que não existe um único conceito para folclore e que existe uma pluralidade de opiniões, diferentes visões, que, normalmente, acompanham a classe social a que o pesquisador pertence.
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2. A discussão latinoamericana sobre folclore
Houve a criação do INIDEF para afirmar os estudos folclóricos como científicos e conservar o que Aretz considera como folclore (cultura oral tradicional), diferenciando-o de cultura popular. Já Canclini, procura acabar com essa distinção proposta por Aretz.
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3. Revisando empiricamente o conceito de folclore
A diversidade religiosa, a urbanização acelerada, entre outros, são fatores que ameaçam dissolver a delimitação de uma área exclusivamente tradicional da cultura popular. E, a tradição só é reconhecida e compreendida a partir da inovação.
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4. O folclore e a cultura clássica
Os folcloristas e filósofos críticos apontam para a crise da cultura clássica e folclórica, consideradas "autênticas", e se lamentam do fato de que a cultura popular urbana e a cultura de massa estão mais vivas.
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5. O surgimento da cultura popular
As atividades artísticas promovidas por Goethe e Schiller, com o objetivo de promover a elevação moral e intelectual do homem através da arte, foram o início da cultura popular, que também era considerada como cultura de fragmentação. E a ruptura de folk-clássico significou justamente essa perda de tradição.
As culturas popular e clássica foram se diluindo, misturando-se, transformando e gerando uma multiplicidade de formas orais, escritas e eletrônicas, circulando nas diversas camadas sociais.
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6. O império da cultura de massa
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7. O mito da degenerescência da cultura
O mito baseia-se no mito bíblico da queda: "o que era puro, original, se vende, se entrega, devido à ambição desmesurada do artista e a sedução implacável do mercado."
Desse modo defender a criação e a inovação na modernidade é equivalente a querer preservar a cultura tradicional.
O nosso presente é virtual e é bem pior que o passado, porque este ainda produziu um certo esplendor barroco, enquanto aquele não produz nada.
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8. Uma alternativa para a tradição
Para Humberto Eco, num plano geral e superficial, não existem diferenças entre tipos de cultura. Ele considera tudo como cultura de massa. Mas o folclore ainda funciona como um núcleo simbólico para expressar um certo tipo de sentimento, de convívio social e de visão de mundo que continua sendo importante, porque remete a memória longa.
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9. A positividade da cultura de massa
A maior critica à indústria cultural é a vulgarização e o apelo ao grotesco, mas apesar de censurada pelos intelectuais, a cultura folclórica, a popular e a clássica contam com seu repertório.
A distinção entre cultura para ser e cultura para ter, parece estar presente, em qualquer nível de cultura, do mais folclórico ao mais massivo.
A cultura de massa sufoca a memória longa, a pluralidade de vozes que aspiram a inscrever suas histórias, os símbolos coletivos mais estáveis.
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10. Por um novo pluralismo cultural
A capacidade do brasileiro de cultivar mais de uma tradição cultural ainda é pequena. Além disso, as inúmeras tradições populares têm que passar pelo filtro de homogeneização e simplificação dos meios massivos de comunicação para alcançar uma influência além de seu local de origem ou permanecem confinadas em suas regiões.
A partir da desproporção do poder de difusão entre a indústria cultural e as tradições folclóricas e populares locais e regionais, construir esse pluralismo cultural seria uma retomada do caminho utópico.

O LUGAR DA CULTURA TRADICIONAL NA SOCIEDADE

Introdução

Desconstrução das noções substantivas de identidade,Entrada na cultura pós-moderna,Desestabilização do campo simbólico,Niilismo face os valores tradicionais a microfísica do poder, entre outras.
A conceituação de cultura e a formulação de políticas culturais.
Aqui é a o folclore o relevante, ali a cultura de massa e assim por diante.
Reflexão plurissubjetiva, que permita que cada um desses sujeitos típicos da cultura(o folclore, a cultura popular, a cultura erudita, a cultura de massa,etc.) se auto-refiram e se confrontem simultânea e mutuamente.
Confrontos entre os vários níveis de cultura, eles se dão, na realidade, simultaneamente.

A discussão latinoamericana sobre folclore

Concretização do sonho institucional dos folcloristas latinoamericanos: condições para pesquisa, formação de um arquivo latinoamericano de folclore e cursos de capacitação de pesquisadores para a continuidade dos estudos nos vários países da área.
Preocupa-se em legitimar os estudos de folclore como científicos e fixa sua atenção em um aspecto da cultura latinoamericana “valores tradicionais”, cujos resgate e conservação são vistos com fundamentais.
O perigo principal da sua desaparição seria a perda de identidade dos povos americanos, na medida em que o folclore é “elemento básico constitutivo da cultura de nossos povos”
Função de uma definição de identidade, que passa pelo folclore e não pela cultura de massa.
Afirma que o INIDEF existiu para mostrar a face dos povos da Venezuela e da América que até agora permaneceram alheios ao movimento cultural de nossas grandes cidades.
Declara não concordar com o uso da expressão “ cultura popular tradicional”, porque faz confundir folclore com cultura popular.
Prefere denominar “cultura oral tradicional”.
Uma atenção à cultura popular urbana e um equacionamento da relação entre cultural tradicional e meios de comunicação de massa.
Meios de comunicação de massa têm-se utilizado do folclore e com isso incentivado seu crescimento.
O folclore é hoje apenas uma parcela da cultura popular.
Acabar com a distinção entre popular e folclórico; melhor, tudo passaria a cair dentro da noção de “culturas populares”.
Compreender o que distingue, enquanto produto, um programa de auditório de TV de uma folia de reis ou de um show de pagode.
Eco sustenta que hoje somos todos prisioneiros da mídia, a ponto de que tudo – Faustão, óperas, entrevistas- é cultura de massa.
Nem Canclini nem Eco igualam, em suas reflexões particulares, todas as manifestações culturais contemporâneas.

Revisando empiricamente o conceito de folclore

· Deve tomar em conta a articulação de diversos fatores sumamente complexos e dinâmicos, que em muitos casos ameaçam dissolver a delimitação de uma área exclusivamente tradicional da cultura popular.
· Processo de urbanização acelerada por que passam nossos principais centros habitacionais, trazendo novas formas de sociabilidade.
· Setenta por cento da população vive em cidades. Com isso, a chamada cultura camponesa, que sempre foi o foco principal de atenção dos estudiosos de folclore, talvez já não venha representar a parte majoritária da cultura popular.
· Importância de se compreender a realidade das várias formas de musica popular cultivadas no país, desde a musica popular já tradicional , até as formas novas, como lambada, pagode, axé music, hiphop, reggae e todos os outros ritmos afro tão difundidos recentemente.
· A música popular, produto típico do novo mundo urbano-industrial surgido no século XX, é um termômetro sutil dos complexos processos de transformação e inter-relação entre significados tradicionais e modernos, refletindo as experiências sempre mutantes das várias camadas sociais que conformam nosso mundo.
· Não é possível compreender a tradição sem compreender a inovação, sendo que a tensão entre essas duas correntes de criatividade se manifesta especialmente no caso da musica.

O folclore e cultura clássica

· O folclore puro(as “autenticas raízes populares), encontram-se agora em uma situação muito similar à que experimenta a também considerada autêntica “cultura clássica”.
· É hoje claramente minoritária, mas continua sendo o marco de referência da elite, tanto que as edições dos clássicos da literatura se sucedem o tempo todo.
· O contexto tradicional do folclore está fragmentado, mas também a cultura de elite, a suposta “cultura superior”, letrada.
· Sérgio Paulo Rouanet, sugere que “a alta cultura e a cultura popular são as duas metades de uma totalidade cindida, que só poderá recompor-se na linha de fuga de uma utopia tendencial”
· A cultura popular mantém vivo o espírito coletivo, fonte constante de inspiração e estímulo; enquanto a cultura erudita, partindo do popular -particular transcende-o, permitindo, assim, o desenvolvimento pleno do espírito individual.

O surgimento da cultura popular

· Do ponto de vista de seu humanismo estético, Schiller, o artista nunca poderia nivelar-se apenas ao apelo sensorial do público, mas procurar levá-lo além dessa satisfação , puxando-o para o plano ideal.
· Do ângulo da cultura folk e também do ângulo da cultura clássica letrada, a cultura popular seria a cultura da fragmentação , por não preencher nenhuma das características anteriores.
· Poder-se-ia dizer que a ruptura da unidade cultural folk-clássico significou justamente isto: a perda da tradição.
· As duas tradições “puras” (a popular e aclassica) foram-se diluindo paulatinamente, misturando-se às vezes entre si , transformando-se ao longo do processo, gerando uma multiplicidade de formas, tanto orais como escritas e, finalmente eletrônicas (como a cultura de massa), circulando pelas várias camadas sociais da população dos países europeus e latinoamericanos até os dias de hoje.
· Viria cumprir apenas um papel descritivo, de mero comentário dessa fragmentação.

O império da cultura de massa

· Estudos Culturais que se concentra, sobretudo, na analise da produção cultural popular e midiática.
· A cultura popular é também capaz de fazer uma aliança com uma parcela do publico e com ela reproduzir a mesma relação entre produtor e consumidor que caracterizava o modelo da cultura clássica.
· O ponto de referência passa a ser mesmo a cultura de massa: para ela tudo converge, é ela o formato predominante, principalmente na sua dimensão mais perversa – a industria cultural, que visa transformar toda a cultura em objetos de consumo.

O mito da degenerescência da cultura

· O que era puro, original, se vende, se entrega, devido à ambição desmesurada do artista e a sedução implacável do mercado.
· A televisão é o ponto final, o cemitério da cultura que uma vez propôs algum ideal, além da gratificação momentânea.
· Só a desmitificação dessa visão agônica (que, como todo mito, descreve e recria a realidade, ou seja, é ao mesmo tempo falsa e verdadeira) permitirá distanciar-nos o suficiente para sair em busca de alternativas.

Uma alternativa para a tradição

· Sugestão de Eco, já não existem mais diferenças entre tipos de cultura, uma vez que, para sermos realistas, tudo hoje é cultura de massa: do folclore, passando pela cultura popular, à cultura erudita. Isso parece certo, mas só num plano muito geral e superficial.
· E tudo o que de diferença a cultura de massa elimina do ponto de vista sociológico e tecnológico, ela acaba repondo no plano simbólico, gerando novas frentes de heterogeneidade.
· A industria cultural, poderia, perfeitamente, inventar símbolos novos o tempo todo, em vez de apropriar-se dos símbolos clássicos e tradicionais e dar-lhes uma nova roupagem. Se o faz é porque necessita também manter acesa, numa crônica e agonística negação de si mesma, a idéia da permanência.. é esse modelo de cultura folk e não sua manifestação empírica “autentica” o que a cultura de massa não destruiu.
· Espécie de bilding( cultura no sentido de formação moral e estética)

A positividade da cultura de massa

· O que mais se critica na industria cultural é a vulgarização e o apelo ao grotesco.
· Se censurada , vale ressaltar que mesmo a cultural consta repertorio de imediatez e grosseria.
· Não é a completa negação do que a cultura de massa traz, mas o que ela sufoca, impedindo de manifestar: memória longa, pluralidade de vozes que aspiram a inscrever suas historias, símbolos coletivos.
· É o excesso de grotesco e de vulgaridade da cultura de massa contemporânea que irrita. É o desequilíbrio de forças (econômicas, sociais, políticas).

Por um novo pluralismo cultural

· A presença de inúmeras tradições populares, com séculos de trajetória, assumindo milhares de formas particulares e que , ou bem continuam confinadas a suas regiões(tornando-se cultura regionalizada), ou bem tem que passar pelo filtro de homogeneização e simplificação dos meios massivos de comunicação para alcançar uma influencia alem de seu local de origem
· É ainda pequena a capacidade do cidadão brasileiro cultivar – seja como participante, produtor ou espectador ativo.
· Dada a desproporção do poder de difusão entre a industria cultural e as tradições folclóricas e populares locais e regionais, construir esse pluralismo cultural seria já passo maior para a retomada do caminho utópico, onde o bem-estar da cultura, criativa e plena em todos os seus níveis , seria um indicador positivo do bem- estar da sociedade como um todo.
· É por estas razões que a questão do folclore deve regressar ao centro da discussão sobre o destino de nossas sociedades.

fz um compilado das coisas quen julguei mais importantes no texto.

Esquema do texto: O lugar da Cultura Tradicional na sociedade moderna

Bom Dia Renata e colegas;
Segue abaixo o meu esquema sobre o texto "O lugar da Cultura Tradicional na sociedade moderna" de José Jorge Carvalho (ficou um pouquinho grande, eu acho)
1. Introdução
- Desafio: Teorizar, na atualidade, a questão Folclore-Cultura Popular. Em cheque: a própria idéia de tradição.
- Pluralidade de posições que discutem essa questão
- Relação entre conceituação de cultura e formulação de políticas culturais – intencionalidade
- Crítico da cultura não está além da cultura que critica
- Antes na América Latina: frentes de discussão do folclore semelhantes. Hoje: frentes diversas.

2. A discussão Latino-Americana sobre Folclore
- Inicia com Silvio Romero no fim do séc XIX
- Carta do Folclore Brasileiro, 1951 e Carta do Folclore Americano, Caracas, 1970 – Mesmo clima intelectual e olhar voltado para o Folclore musical Americano.
- Base da Carta do Folclore Americano:
*legitimação dos estudos do folclore, resgate e conservação dos valores tradicionais.
*Folclore: “elemento básico constitutivo da cultura de nossos povos”. Preocupação com a desapropriação (perda de identidade)
- I Congresso Interamericano de Etnomusicologia e Folclore, Caracas, 1983.
*Isabel Aretz: contesta o termo “cultura popular tradicional” porque confunde Folclore (cultura oral tradicional) com cultura popular.
*Canclini e a maioria dos participantes desse Congresso: intencionam acabar com a distinção entre popular e folclórico que juntos seria “culturas populares”

3. Revisando Empiricamente o conceito de Folclore
- Há fatores no estudo da cultura popular que ameaçam dissolver a delimitação de uma área exclusivamente tradicional dessa cultura. Dentre esses fatores estão: a diversificação religiosa, o processo de urbanização acelerado, a inversão da relação demográfica entre campo e cidade.
- “Não é possível compreender tradição sem compreender a inovação” (pág)

4. O folclore e a Cultura Clássica
- O folclore puro (“autênticas raízes populares”) e a “cultura clássica” encontram-se em situação similar
- Se definido numa perspectiva ortodoxa o contexto tradicional do folclore está fragmentado assim como a cultura de elite.
- Folcloristas e filósofos críticos apontam para a crise das culturas autênticas e lamentam a vivacidade das culturas popular urbana e de massa.

5. O surgimento da Cultura popular
- do ângulo da cultura de Folk e da cultura clássica: cultura popular = cultura de fragmentação
- ruptura da unidade cultural folk-clássico significou perda da tradição
- Cultura popular: surgida na urbe e calcada na experiência do homem urbano

6. O império da cultura de massa
- Disciplina Estudos Culturais: analisa a produção cultural popular e midiática como lugar de resistência e produção de novas identidades políticas
- Cultura popular é capaz de fazer aliança com uma parcela do público e reproduzir a relação produtor-consumidor, que caracterizava o modelo da cultura clássica.
- Cultura popular com ideologia desgastada e cultura folk pouco influente; Ponto de referência passa a ser a “cultura de massa” o formato predominante.

7. O mito da degeneração da cultura
- mito bíblico: o puro se vende devido à ambição do artista e sedução do mercado
- visão de crise ou derrota: o presente, apesar de virtual, já é em si mesmo pior, em muitos aspectos do que nosso passado.

8. Uma alternativa para a tradição
- Umberto Eco: não existem diferenças entre tipos de cultura, tudo hoje é cultura de massa. (num plano geral e superficial)
- Por trás da promessa de felicidade da indústria cultural está a experiência do transitório que livra do pero e da responsabilidade da memória
- Especificidade do Folclore que não se perdeu: um núcleo simbólico que remete à memória longa do qual a indústria cultural se utiliza mantendo a idéia de permanência

9. A positividade da cultura de massa
- Indústria cultural: vulgarização e apelo ao grotesco.
- Cultura para ser ≠ Cultura para ter
- Intencionalidade Simbólica
- Defender a tradição: não negar o que a cultura de massa traz, mas o que ela sufoca: memória longa, pluralidade de vozes.

10. Por um novo pluralismo cultural
- dificuldade do cidadão brasileiro em cultivar mais de uma tradição cultural alheia, além dos produtos da indústria cultural.
- Pluralismo Popular: diversidade de interesses e acesso às diferenças
- Alienação Cultural: simplificação e monotonia dos recursos expressivos, adesão a um nível único de cultura.
- conceitos de nação, identidade e povo – entidades processuais e não substantivo.

A partir deste texto de José Jorge De Carvalho percebi que existem, no momento presente, inúmeras frentes de discussão a cerca do folclore, cultura popular tradicional e outras. Alguns se aproximam, outros se distanciam nas suas proposições. Entendo ainda que não há como entender a tradição sem levar em conta a inovação, as alterações sociais.
O folclore e a cultura clássica sofreram uma crise da qual alguns teóricos acreditam ter surgido a cultura popular. Nesse processo alguns entendem a degeneração da cultura.
Porém, Carvalho propõe uma alternativa para a tradição e apresenta a positividade da cultura de massa encerrando o texto com a proposta de um pluralismo cultural popular que possibilitaria a interação entre diversidade de interesses acesso às diferenças.

??? Dúvida ???: Quanto à expressão “intencionalidade simbólica” (Pág 35, 2º Parágrafo). E no último parágrafo do texto onde o autor fala de “entidades processuais”.



sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O Lugar da Cultura Tradicional na Sociedade Moderna

Olá gente, como foram de feriado?
Bom, lendo esse texto eu me pergunto, e pergunto a vocês também, é possível construir um pluralismo cultural? como?
A segunda pergunta que eu lanço aqui é Qual a diferença entre Popular e Folclórico? Os dois caberiam dentro da noção de "culturas populares"?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O lugar da cultura tradicional na sociedade moderna

José Jorge de Carvalho

"Aquele que fala, no momento em que fala, simula, pelo menos para si senão para os outros, que possui um poder de atuação capaz de transformar as coisas naquilo que ele diz que elas são, pelo ato mesmo de enunciá-las como tal."

Essa é uma parte da introdução que merece destaque, é quando Carvalho cita o encadeamento existente entre a conceituação de cultura e a formulação de políticas culturais. Ele fala que um simples conceito torna-se uma filosofia, ou seja, "alterna descrição e análise com princípios filosóficos e propostas de atuação." Essa "política cultural", a meu ver, seria como a ideologia e, o ser desse discurso, como a massa elitista, que é onde está o poder da construção ideológica, através do meio televisivo.
A televisão também é citada no texto e é tratada como o fim da cultura, o "cemitério da cultura". Além disso, é citado no tópico 7 um poema de Augusto de Campos denominado "tvgrama" que utiliza o recurso gráfico da letra "t" como uma cruz. Muito interessante!!!

"ahtttmallarmé
ttttttttttttt
acarneétriste
ttttttttttttt
eninguémttelé
ttttttttttttt
tudotttexiste
ttttttttttttt
praacabaremtv"

Espero que tenham gostado... achei melhor fazer citações do que colocar questões sobre o texto... outra parte interessante é a citação em que Aretz diferencia cultura popular de folclore... aliás tem várias outras partes interessantes, mas essas ficarão para a próxima postagem.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Costumes em Comum

Olá pessoal, no texto Costumes em Comum do Thompson, ele explica o que são os costumes, explica o surgimento do folclore que foi no século XVIII onde os costumes estavam em declínio juntamente com a feitiçaria, magia e supertições e o povo se encontrava em uma forte pressão para que sua cultura fosse reformada, porém o povo resistiu teimosamente à essa reforma e consequentemente o folclore nasceu.
Outra parte que eu gostei muito, é a observação do Mandeville :

"Para que a sociedade seja feliz e o povo tranquilo nas circunstâncias mais adversas, é necessário que grande parte dele seja ignorante e pobre. O conhecimento não só amplia como multiplica nossos desejos (...) Quanto mais um pastor, um arador ou qualquer outro camponês souber sobre o mundo e sobre o que é alheio ao seu trabalho e emprego, menos capaz será de suportar as fadigas e as dificuldades de sua vida com alegria e contentamento."

Esse comentário retrata muito bem o acesso dos pobres à educação, como era muito precário eles recorriam a transmissao oral do conhecimento, e é justamente nessa transmissao oral que se encontram os costumes que eram passados de geração a geração, e assim era a vida deles, e eles eram felizes com isso, mas se eles tivessem uma educação formal, talvez nao seriam tão felizes, é como Mandeville diz que precisam ser "ignorantes e pobres" para serem felizes.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Costumes em Comum...

No transcorrer do séc. XVIII e início do séc. XIX houve um grande distanciamento entre cultura plebéia e cultura patrícia (trabalhadores x elite). Muitas comemorações e costumes deixaram de ser comuns, tornaram-se menos visíveis e mais distantes da compreensão da gentry. Desse modo, tais comemorações passam ser vistas como ameaça e desordem.
Essas manifestações culturais passam agregar aspectos de conflito de classes, ganha caráter de oposição aos novos valores que a sociedade capitalista impõe a plebe, tornam-se defensivas ao controle da gentry.
Essa cultura é transmitida de geração a geração por transmissão oral, através de músicas, livretos...
Assim acontece na manifestação folclórica do Congado, onde percebemos a resistência negra à sociedade branca e elitista. Ainda hoje, durante a festa do Congado podemos perceber que muitos daqueles que compõem a sociedade dita “branca” e elitista encaram com racismo e preconceito essa manifestação popular. Quando a população negra e pobre ocupa o centro da cidade ou praça principal (digamos que seja este o espaço pertencente a elite) a classe dominante recebe isso como uma invasão do seu território. Muitos sentem-se incomodados, alguns tratam com indiferença e outros com medo, pois percebem tudo como desordem.

domingo, 4 de novembro de 2007

Aula do dia 9 de novembro

Trabalharemos a partir do texto
Costume e Cultura de E. Thompson, introdução do livro Costumes em Comum:

A dinâmica da atividade prevê que cada estudante destaque uma idéia do texto para entrar no debate.
  • Pode ser um aspecto que achou im0portante, e aí deve explicar a importância.
  • Pode ser uma dúvida, para a qual deverá ser apresentadas hipóteses de solução ou outra forma de reflexão.
  • Pode ser uma idéia que se relaciona com o contexto sócio cultural que estamos observando, no caso o Congado e as famílias de cada um de nós.
Cada estudante deverá postar um texto para colaborar com o debate em sala de aula, contendo:
  • uma idéia,
  • a justificativa da escolha dessa idéia,
  • uma pequena reflexão.
O trabalho sobre a leitura do texto de Thompson deve ser postado neste blog até quarta feira às 18horas para subsidiar a dinâmica da próxima aula.