1. Introdução
Carvalho explica que não existe um único conceito para folclore e que existe uma pluralidade de opiniões, diferentes visões, que, normalmente, acompanham a classe social a que o pesquisador pertence.
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2. A discussão latinoamericana sobre folclore
Houve a criação do INIDEF para afirmar os estudos folclóricos como científicos e conservar o que Aretz considera como folclore (cultura oral tradicional), diferenciando-o de cultura popular. Já Canclini, procura acabar com essa distinção proposta por Aretz.
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3. Revisando empiricamente o conceito de folclore
A diversidade religiosa, a urbanização acelerada, entre outros, são fatores que ameaçam dissolver a delimitação de uma área exclusivamente tradicional da cultura popular. E, a tradição só é reconhecida e compreendida a partir da inovação.
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4. O folclore e a cultura clássica
Os folcloristas e filósofos críticos apontam para a crise da cultura clássica e folclórica, consideradas "autênticas", e se lamentam do fato de que a cultura popular urbana e a cultura de massa estão mais vivas.
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5. O surgimento da cultura popular
As atividades artísticas promovidas por Goethe e Schiller, com o objetivo de promover a elevação moral e intelectual do homem através da arte, foram o início da cultura popular, que também era considerada como cultura de fragmentação. E a ruptura de folk-clássico significou justamente essa perda de tradição.
As culturas popular e clássica foram se diluindo, misturando-se, transformando e gerando uma multiplicidade de formas orais, escritas e eletrônicas, circulando nas diversas camadas sociais.
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6. O império da cultura de massa
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7. O mito da degenerescência da cultura
O mito baseia-se no mito bíblico da queda: "o que era puro, original, se vende, se entrega, devido à ambição desmesurada do artista e a sedução implacável do mercado."
Desse modo defender a criação e a inovação na modernidade é equivalente a querer preservar a cultura tradicional.
O nosso presente é virtual e é bem pior que o passado, porque este ainda produziu um certo esplendor barroco, enquanto aquele não produz nada.
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8. Uma alternativa para a tradição
Para Humberto Eco, num plano geral e superficial, não existem diferenças entre tipos de cultura. Ele considera tudo como cultura de massa. Mas o folclore ainda funciona como um núcleo simbólico para expressar um certo tipo de sentimento, de convívio social e de visão de mundo que continua sendo importante, porque remete a memória longa.
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9. A positividade da cultura de massa
A maior critica à indústria cultural é a vulgarização e o apelo ao grotesco, mas apesar de censurada pelos intelectuais, a cultura folclórica, a popular e a clássica contam com seu repertório.
A distinção entre cultura para ser e cultura para ter, parece estar presente, em qualquer nível de cultura, do mais folclórico ao mais massivo.
A cultura de massa sufoca a memória longa, a pluralidade de vozes que aspiram a inscrever suas histórias, os símbolos coletivos mais estáveis.
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10. Por um novo pluralismo cultural
A capacidade do brasileiro de cultivar mais de uma tradição cultural ainda é pequena. Além disso, as inúmeras tradições populares têm que passar pelo filtro de homogeneização e simplificação dos meios massivos de comunicação para alcançar uma influência além de seu local de origem ou permanecem confinadas em suas regiões.
A partir da desproporção do poder de difusão entre a indústria cultural e as tradições folclóricas e populares locais e regionais, construir esse pluralismo cultural seria uma retomada do caminho utópico.
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