Entrevista feita junto com a colega Flavia Amorim; visitamos juntos os carroceiros entrevistados.
Vivemos num mundo repletos de diferenças, uma miscigenação impossível de catalogar, tive a oportunidade de conhecer o Sr. Levi Lopes da Silva, que nasceu em Dores do indaiá uma cidadezinha que fica próximo a Belo Horizonte, tem 67 anos, aposentado é casado tem 2 filhos, um casal.
Hoje não trabalha mais como carroceiro, estudou até a 4ª serie, e começou no oficio aos 27 anos, filho de produtor rural, nos contou que é apaixonado por essa profissão, trabalhou 40 anos , sendo que 30 desses foi num único lugar em uma casa de material de construção chamada constrular, não tinha carteira assinada, mas pagava INSS como autônomo, nesse período comprou casas, terrenos, caminhão e carro. Disse-nos também que só deixou o oficio por não ter como cuidar dos animais dentro da cidade, ressalta que a sociedade é preconceituosa em comparação ao motorista de carro. Dá um exemplo que na época que ele trabalhava quando parava com a carroça no sinal de transito e estavam entregando panfletos, não davam para ele e hoje quando ele para de carro, enche-o de panfletos, segundo ele da vontade de não aceitar. “A sociedade acha que nós não somos gente”,diz.
De família evangélica, vai aos cultos frequentemente, seu filho também foi carroceiro por influencia dele, mas hoje é pedreiro.
Ele guarda tudo num cômodo em sua casa que fica no Santa Mônica, tem vontade de trabalhar outra vez, um grande sonho voltar a mexer com gado, com criações.
Tem habilitação de carroça e de automóvel.
Nesse mesmo contexto social profissional, fomos de encontro a uma família de carroceiros no Tibery, logo de cara a casa simples nos impressiona devido a quantidade de entulho, muitas garrafas pet, papelão, ferro, latinhas, e no terreno ao lado d os cavalos, quem nos recebe ao batermos palma é um jovem por nome Francisco André, 27 anos, nascido em Uberlândia; mora com a esposa e suas 2 filhas no Santa Mônica, mas trabalha na casa da mãe junto com o irmão, são eles que sustentam a família com a catação de plásticos, latas, papelão, pet. Francisco nos relata que começou aos 5 anos acompanhando o pai, junto com seu irmão, o pai começou na década de 80, e desde criança ele e o irmão ajudavam ao pai na catação independente do tempo saiam e saem ate debaixo de chuva. Mesmo com a morte do pai, os dois continuam no oficio. Ele estudou ate a 4ª serie, já o irmão concluiu o segundo grau. Não pensa em largar a profissão, mas sonha poder dar uma condição melhor para família. Julga a sociedade ter muito preconceito, ficam com dó e as vezes ate medo, pois acham que o que fazemos não é profissão, ressalta que muita gente se faz de catador, para ficar pedindo nas ruas, ate mesmo cercam pessoas nas ruas.
Não possui carteira nacional de habilitação, somente carteira de carroceiro, fala que isso foi feito para poder saber quem são os maus carroceiros, atrvés da placa, para poder punir se cometerem alguma infração. Diz que essa associação existe só na teoria. Se diz católico, mas não vai há igreja.
Próximo a minha casa na antiga 12 no bairro Santa Mônica, fica o terno Moçambique de Belém, quartel do siricôco.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário